Escrito originalmente por Alexandre Chatrian e Emile Erckmann em 1871, "Le Juif Polonais" foi inicialmente adaptado para um filme mudo de James Young, que realizou "The Bells" em 1926, com Lionel Barrymore e o estreante Boris Karloff. Os direitos deste filme caíram no domínio público em 2001. Uma cópia deteriorada de "The Bells" foi reeditada para esta curta-metragem, "The Mesmerist" (2003). Na versão de 1926 de "The Bells", o personagem interpretado por Lionel Barrymore consegue não ser apanhado por homicídio. Ele torna-se amigo do seu convidado judeu e depois trai-o. Mas a cena mais assombrosa é a de Barrymore a arrastar o cadáver para o incinerador, um prenúncio misterioso dos crimes contra os judeus europeus que viriam a acontecer, um pouco por todo o lado, passados alguns anos. O assassino sente-se culpado, mas nada que não possa ser amenizado pela estátua da Virgem Maria. "The Bells" termina com o assassino disciplinado e a sua filha casada com o recém-nomeado chefe da polícia. Ele adormece em paz com a sua consciência. "The Mesmerist" começa com esta cena final do homem adormecido e reinterpreta a história estranhamente antissemita numa outra, mais alinhada com as sensibilidades modernas. Como os horrores do Holocausto são agora uma realidade histórica, a profana absolvição de culpa em nome da religião parece ainda mais obscena. E torna-se ainda mais relevante nos nossos dias. Assim como o assassino sobrevive para roubar a sua vítima e reescrever a História, também esta curta-metragem rouba e esquarteja o seu predecessor para recontar a sua estória.