Os realizadores Xi Chen e Xu An adotam um dispositivo quasi-zootrópico para este “The Six”: animação, ilusão de movimento, circularidade, efeito panorâmico a 360º, repetição e diferença. A ação principal decorre no interior de uma iluminura losangular, sob um fundo preto; uma ave e um tocador de flauta ocupam as duas luas, uma de cada lado do quadro. Enquanto a ação decorre e circula no interior, as luas enchem-se, à vez e gradualmente. Cheia, crescente, nova e minguante; do outro lado, o inverso. O ritmo paulatino de toda esta encenação confere a “The Six” um poder hipnótico, reforçado pelos desenhos, de traço fino e a preto-e-branco, que produzem uma atmosfera arquetipicamente chinesa. Uma mulher, um homem: ela toca um instrumento de sopro, toca um instrumento de cordas, deita-se, retira-se; ele retira uma flor do jarro, coloca a mesma flor no jarro da cena seguinte, retira outra flor... Esta é a estreia desta dupla de realizadores chineses no Curtas Vila do Conde.