A simbologia, a perceção e a geografia das cores, filmadas com uma câmara Aaton S16mm, em quadros de um museu, em tatuagens tribais, na paisagem natural ou nas ambiências de atividades recreativas ou bares noturnos onde as pessoas dançam, são o mote para uma reflexão sobre a identidade cultural e o processo de apropriação recíproco entre os indígenas nativos e os aventureiros e colonos brancos europeus que foram passando pelo território ao longo dos séculos. A partir desta tensão, e numa espécie de experiência etnográfica pós-colonial, “Color-Blind” explora as cores, texturas e dialetos de territórios das Ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa, onde repousa o corpo do pintor pós-impressionista Paul Gauguin, e da Bretanha, no noroeste da França. O trabalho do artista norte-americano Ben Russell tem sido apresentado ao longo dos anos no Curtas, onde já foi premiado (“The Russel Tribunal”, 2003), já foi júri (2015) e já expôs na Solar – Galeria de Arte Cinemática (“Ruins/Rites/Runes”, 2015, em coautoria com o britânico Ben Rivers). (PC)