Nicolau é um rapaz que, terminados os exames do secundário, parece andar à deriva num oceano de escolhas, enquanto tenta perceber o que quer fazer a seguir. A todo este impasse não ajuda que Nicolau seja um romântico sem remédio, além de melómano e curioso, perdido num labirinto emocional: apaixona-se por cada rapariga que encontra, e pelas possibilidades que imagina para o seu futuro. Com “Catavento”, João Rosas volta a um universo fílmico que tem vindo a explorar nas suas obras anteriores repletos de aventuras melancólicas, sobre passeios na praia e tempos de verão em que tudo parece suspenso, sobre novos relacionamentos e novas possibilidades, próximo dos contos sobre o amor de Éric Rohmer. O filme anterior de João Rosas, “Maria do Mar” (2015), venceu o prémio para Melhor Curta Metragem Portuguesa no Curtas, e depois de “Entrecampos” (2012), esta é a sua terceira participação no festival. (JA)